Ministério da Saúde recomenda triagem de autismo em crianças de 16 a 30 meses no SUS

O Ministério da Saúde anunciou que bebês e crianças de 16 a 30 meses deverão passar por triagem de autismo durante consultas na rede pública. A medida inclui a aplicação do teste M-Chat, um dos principais instrumentos internacionais para identificar sinais precoces do Transtorno do Espectro Autista (TEA). A iniciativa busca reforçar a atenção primária e ampliar as chances de diagnóstico precoce, etapa considerada essencial para o desenvolvimento e a autonomia das crianças.
Diagnóstico precoce como prioridade
De acordo com o ministro da Saúde, Alexandre Padilha, a inclusão do rastreamento na rotina é uma forma de melhorar a observação clínica. "As medidas são para fortalecer a atenção primária e reforçar a observação, orientar os profissionais de saúde para adoção desses métodos de rastreamento", afirmou.
A nova linha de cuidado do TEA, lançada pela pasta, estabelece que a identificação precoce deve ser uma prioridade, pois quanto antes o diagnóstico é feito, maiores são as possibilidades de estimular a comunicação, a interação social e o desenvolvimento cognitivo. Em nota, o ministério reforçou que "a atuação precoce é fundamental para autonomia e interação social futura".
O papel do teste M-Chat
O M-Chat, sigla em inglês para Questionário Modificado para a Triagem do Autismo em Crianças, é hoje o instrumento mais utilizado no Brasil para essa finalidade. Recomendado pela Sociedade Brasileira de Pediatria desde 2017, o teste reúne 23 perguntas simples que podem ser respondidas pelos pais ou responsáveis.
Por ser autoaplicável e acessível, o questionário é considerado eficiente na identificação de sinais que exigem avaliação mais detalhada. Além disso, segundo especialistas, sua incorporação ao atendimento do SUS representa um passo importante na padronização dos cuidados e na ampliação da rede de apoio às famílias.
O Ministério da Saúde informou ainda que os resultados passarão a ser registrados na Caderneta de Saúde da Criança, que agora conta também com versão digital. A medida pretende facilitar o acompanhamento do desenvolvimento infantil, tornando mais ágil o encaminhamento a especialistas sempre que houver risco identificado.
Impacto para famílias e sistema de saúde
O autismo atinge cerca de 1% da população brasileira, segundo estimativas recentes. Com a adoção do M-Chat nas consultas de rotina, a expectativa é de que mais famílias consigam identificar sinais de forma precoce, recebendo apoio adequado no SUS desde os primeiros anos de vida da criança.
Para especialistas, a integração desse tipo de triagem à atenção básica fortalece a relação entre profissionais de saúde, pais e responsáveis, além de possibilitar maior organização no registro das informações médicas. Isso contribui não apenas para diagnósticos mais rápidos, mas também para o planejamento de intervenções adequadas, reduzindo a sobrecarga de etapas burocráticas.
A decisão também evidencia a importância de políticas públicas voltadas para a inclusão e o cuidado integral. Ao incluir ferramentas reconhecidas como o M-Chat na rotina de atendimento, o governo amplia as condições de acompanhamento e promove maior equidade no acesso ao diagnóstico, impactando diretamente o futuro de milhares de crianças e suas famílias.
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