Escolas Substituem Sirenes por Música para Tornar Ambiente Mais Acolhedor a Alunos com Autismo

O som estridente das sirenes escolares, que por décadas marcou o ritmo das aulas, está sendo substituído por melodias mais suaves nas escolas públicas de Vitória. A mudança, pensada especialmente para alunos com Transtorno do Espectro Autista (TEA), faz parte de uma política pública que visa tornar o ambiente escolar mais inclusivo e acolhedor para todos.

Pessoas com autismo frequentemente apresentam hipersensibilidade auditiva — ou seja, sons que passam despercebidos pela maioria podem causar incômodos ou até crises intensas. Diante disso, a tradicional sirene que indica o início e o fim das aulas está dando lugar a um "sinal musical" em várias escolas da capital capixaba.

De acordo com a Prefeitura de Vitória, 17 unidades da rede municipal já realizaram a substituição, enquanto outras 24 estão em processo de implantação. As demais escolas da rede não utilizam sinalização sonora, o que também colabora para um ambiente mais tranquilo.

O caso mais recente de adesão é o da Escola Municipal de Ensino Fundamental (Emef) Álvaro de Castro Mattos, localizada no bairro Jardim da Penha. A mudança atende à Lei Municipal nº 10.046, proposta pelo vereador Luiz Emanuel, que estabelece diretrizes para melhorar o conforto sensorial dos estudantes com TEA.

Além do som adaptado, a legislação também determina a instalação de dispositivos luminosos como forma alternativa de sinalização. Esses equipamentos beneficiam não apenas os alunos com autismo, mas também aqueles com deficiência auditiva, promovendo acessibilidade em múltiplas frentes.

Segundo a gestão municipal, a implementação do novo sistema acontecerá de forma gradual, acompanhando o cronograma de substituição dos equipamentos nas escolas. Ao todo, 54 unidades de ensino fundamental da capital já estão adaptadas à nova proposta, que vem sendo bem recebida por profissionais da educação, famílias e estudantes.

A medida reforça o compromisso de Vitória com a inclusão e o respeito à diversidade sensorial, oferecendo um modelo que pode inspirar outras cidades a adotarem soluções semelhantes.

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